Quando entra em quadra, Dani Piedade cerra os punhos, fecha a expressão e comanda a defesa brasileira. É dona de um dos melhores preparos físicos do time e superou um AVC para ser campeã do mundo em 2013. Talentosa, Alê faz magia nas pontas. É sempre uma das artilheiras do Brasil e foi eleita a melhor do mundo em 2012. A dupla, essencial para a vencedora geração do handebol brasileiro, pode escrever um capítulo especial nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá.
Tricampeãs consecutivas da competição (Santo Domingo 2003, Rio 2007 e Guadalajara 2011), elas buscam um tetracampeonato para se eternizarem na história pan-americana. Contando com a experiência das duas, que tem 36 e 33 anos, a seleção feminina de handebol espera manter sua hegemonia.
A estreia será diante de Porto Rico, e o grupo brasileiro conta ainda com México e Canadá. No Grupo B estão Argentina, Chile, Uruguai e Cuba. Sem grandes rivais pela frente e vinda do título do Pan-Americano da modalidade, em Cuba, o que confirma o amplo favoritismo brasileiro, a pivô Dani Piedade explica que o torneio não é tratado como uma "baba" e sim visto como uma oportunidade de reunir o grupo e se preparar para o Mundial da Dinamarca, em dezembro.
- São 15 anos de seleção. O Pan é uma Mini-Olimpíadas. O sistema é bem parecido. O espírito é meio-olímpico. Eu e Alê temos o mesmo espírito de continuar ganhando. Cada ano que passa é um foco diferente. O Pan é uma perna para outras competições. É um momento para treinar, corrigir os erros. Esse é o espírito. Vamos ficar em uma Vila, conhecemos outras pessoas. Aproveitamos, nos desenvolvemos. Ter a oportunidade de ser tetracampeã dos Jogos Pan-Americanos também é uma grande motivação e dá um gostinho a mais para Toronto - disse Dani Piedade.
Dani Piedade, handebol, Brasil (Foto: Alexandre Loureiro/Photo&Grafia)
Alê destaca que jogar o Pan é uma oportunidade de reunir o grupo. Até o título mundial em 2013, na Sérvia, grande parte do time do Brasil jogava junto no Hypo, na Áustria. Hoje, cada uma seguiu seu caminho e as meninas estão espalhadas pela Europa. Assim, duas semanas de convívio e treinos em Toronto são a chance de aparar arestas. Além disso, o Pan sempre traz boas lembranças para Alexandra. No Rio, em 2007, no bicampeonato brasileiro, ela foi pedida em casamento pelo chileno Patito. E aceitou.
- Infelizmente meu marido não vai estar no Pan de Toronto com a seleção do Chile. Mas com certeza tenho ótimas recordações do Pan e me lembro como se fosse hoje ele me pedindo em casamento. Lá se vão oito anos. Graças a Deus conseguimos seguir mesmo com a distância e nos casar. No dia 9 de julho fizemos 4 anos de casados e dez anos que estamos juntos. o handebol proporcionou tudo em nossas vidas, até encontrar nossa alma gêmea - brincou Alê.
Alexandra Nascimento voa para vencer a goleira da Argentina (Foto: Divulgação/Photo&Grafia)
Ele procura não menosprezar os rivais, e explica o real sentido dos Jogos.
- Está muito claro para mim que temos que aproveitar os dias da competição para treinar forte. Isso tem que servir para outras competições que vamos participar, que serão diferentes. Com todo respeito aos times das Américas, como Cuba Argentina, Paraguai e México, que avançaram, vamos defender mais um título, vamos conquistar, mas temos que aproveitar Toronto para nos prepararmos para o Mundial em dezembro e para as Olimpíadas. no ano que vem.
Chaveamento
Grupo A - Brasil, Canadá, México e Porto Rico
Grupo B - Argentina, Chile, Uruguai e Cuba
Programação
1ª fase
16/07 - 11:30 - Brasil x Porto Rico
18/07 - 11:30 - Brasil x Canadá
20/07 - 13:30 - Brasil x México
Semifinais
22/07 - 13h30
Final e disputa de terceiro lugar
24/07 - 20h
Por Globo Esporte